CCEE: consumo e geração de energia apresentam altas; solar cresce 66,8% no ano

Reportagem publicada pelo Mega What

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou um aumento no volume de energia gerada a partir de usinas hidrelétricas, solares fotovoltaicas e eólicas, o que pode ser explicado pelo cenário hídrico, de ventos e de insolação mais favoráveis deste ano em relação a 2021, além do aumento no volume de usinas em operação.

Segundo a entidade, o; Brasil gerou 69.748 MW médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN) entre janeiro e abril deste ano, com pouco mais de 54 GW entregues pela fonte hidrelétrica, um volume 8,4% maior no comparativo anual.

A geração eólica produziu 6.505 MW médios, crescimento de 7,5% em relação aos quatro primeiros meses do ano passado. Já da fonte solar fotovoltaica, foram gerados 1.172 MW médios, que representa um aumento de 66,8% no comparativo anual.

“A diversidade da matriz brasileira é uma das principais características do setor de energia e uma vantagem incomparável em relação aos outros países. O desafio é modernizar o nosso parque térmico com usinas mais baratas e buscar soluções para otimizarmos todo o potencial que o Brasil tem na geração de energia renovável”, afirma Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.

Em abril foi registrada, ainda, uma alta de 17% no consumo de energia no setor do comércio varejista de combustíveis e de 30% no segmento de vestuário e acessórios, em comparação com o mesmo período de 2021. A CCEE avalia que esse crescimento é resultante da maior circulação de pessoas nas grandes cidades do país e do relaxamento das medidas de proteção contra a pandemia de covid-19.

Cenário positivo para setor solar mundial

Segundo estudo viabilizado pelo Global Solar Council (GSC) com associações e empresas do segmento solar de todo o mundo, 64% dos entrevistados preveem, para 2021, um aumento acima de 100% nas vendas. Uma prévia da pesquisa também aponta a aprovação de políticas governamentais de incentivo às fontes renováveis no que diz respeito aos projetos pós-pandemia e aos pacotes voltados para a recuperação econômica.

As expectativas aparentam ser mais favoráveis em comparação com o estudo realizado no ano passado, no começo da crise da Covid-19, afirma a entidade. A análise é de que a perspectiva de um cenário positivo da indústria solar representa a colocação de vários países em apoio a medidas concretas e investimentos para sustentar o aumento da oferta de energia renovável.

“A fonte solar fotovoltaica é fundamental para uma recuperação econômica completa e para atingir metas mais ambiciosas de descarbonização para muitos países do mundo”, afirmou Jose Donoso, presidente do GSC.

“Essa pesquisa mostra que ainda há espaço para mais apoio de governos, particularmente em termos de melhora e simplificação nos processos de licenciamento e permissões de projetos, evolução nas regras de acesso ao mercado, melhores condições e mecanismos de financiamentos, redução de impostos e mais incentivos para investimento em geração fotovoltaica”, completou Donoso.

Estimativas e contribuições do mundo todo foram abordadas pela pesquisa. Walburga Hemetsberger, CEO da Solar Power Europe (SPE), destacou que, mesmo com a pandemia, o segmento solar da União Europeia apresentou forte resiliência em 2020. “A fonte solar é chave para viabilizar o plano de recuperação verde e as metas de clima do continente”.

O presidente do American Council on Renewable Energy (ACORE) ressaltou que, nos Estados Unidos, com objetivo de agilizar a transição energética, o novo governo federal está realizando intervenções sem precedentes. “A ACORE está ansiosa para trabalhar com a administração Biden nesse esforço histórico, ajudando a entregar um futuro de energia limpa”.

Yiyang Liu, vice-secretário-geral da Associação da Indústria Fotovoltaica da China (CPIA), sublinhou que, em 2020, o território chinês conquistou o segundo melhor resultado da história, instalando mais de 48 GW de nova capacidade solar. “A fonte produziu 3,5% da geração total da China e isso mostra que ainda temos um grande potencial para desenvolver”.

“Os investidores sabem disso e estão colocando dinheiro na indústria. A expansão da capacidade em 2021 pode ajudar a reduzir o custo da energia solar globalmente. O futuro do setor é brilhante”, declarou o dirigente.

Marcelo Alvarez, coordenador do grupo de trabalho do GSC para América Latina, disse que é previsto um crescimento significativo em 2021, mesmo com as diversas circunstâncias e empecilhos entre os países da região.

“Muitos PPAs foram assinados, leilões estão ocorrendo no México, Colômbia, Brasil e Argentina, estamos testemunhando um grande crescimento em plantas de médio porte, entre 200 kW e 9 MW, especialmente no Chile, e a Costa Rica é o primeiro país do continente a firmar um compromisso de descarbonização até 2030”, explicou Alvarez.

“Para que o setor cresça ainda mais rápido, alguns países precisam finalizar seus planos de descarbonização para permitir que investidores estrangeiros entendam o que irá acontecer nos próximos dez anos”, concluiu o dirigente.

WEG se consolida em Energia Solar

Companhia já forneceu capacidade de energia solar suficiente para abastecer mais de 200 mil residências no Nordeste do país.

Acompanhando de perto a evolução da energia solar fotovoltaica no Brasil e utilizando toda a sua experiência tecnológica, a WEG se tornou um dos principais fornecedores de produtos e soluções para usinas solares do país.

Desde 2016, quando a companhia assinou seu primeiro contrato de fornecimento na modalidade EPC (engineering, procurement and construction), já entregou quatro usinas solares no Nordeste: Coremas I, Coremas II, Angico e Malta (PB). Até meados de 2019 a previsão é entregar mais três: Esmeralda (PE), Sobrado (BA) e Coremas III (PB).

Ao todo serão mais de 664 mil módulos fotovoltaicos, com potencias entre 330 e 375 Wp e mais de 193,0 MVA de inversores solares instalados em usinas nos estados de Pernambuco, Paraíba e Bahia. Juntas as usinas serão capazes de gerar 479,8 GWh ao ano, energia suficiente para abastecer mais de 200 mil residências e evitar o lançamento de 780,2 mil toneladas de CO2 ano na atmosfera.

Em todos os contratos a WEG também é responsável pelo fornecimento dos módulos, estruturas metálicas (trackers), inversores, transformadores, cubículos, subestações e toda a engenharia de integração e software aplicativo das usinas. Além do fornecimento EPC a companhia também faz o O&M (operação e manutenção) das usinas e Subestações.

Segundo o Diretor de Novas Energias da WEG, João Paulo Gualberto da Silva, o desempenho do negócio SOLAR tem ganhado bastante relevância dentro da área de GTD da companhia e a expectativa é positiva para os próximos anos. “Dos últimos leilões o grande destaque foi para energia solar e estamos bastante otimistas com os novos projetos”, explica.

Além dos grandes projetos a WEG também acumula experiência em geração distribuída para pequenas usinas, indústrias, comércios e residências. A companhia já construiu três pequenas usinas em Minas Gerais, somando capacidade de potência de 10,37 MWp, uma no Rio de Janeiro, com 1,32 MWp, uma em São Paulo, com 1,267 MWp, três em Pernambuco, com 3,5 MWp, uma em Santa Catarina, com 3,0 MWp e outra no Mato Grosso, com 1,1 MWp.

Nos negócios residenciais, comerciais e industriais de pequeno e médio porte a empresa já realizou, através de seus integradores, fornecimento para 4.000 sistemas solares, só em 2018.

Energia solar abastecerá 147 lojas da Profarma

 Grupo Profarma firmou parceria com a GreenYellow para o fornecimento de 5,4 GWh anuais durante 20 anos. O anúncio foi dado nesta semana.

De acordo com a multinacional de energia, serão utilizados 9,4 painéis para a construção de três usinas fotovoltaicas – que abastecerão 147 das 200 lojas da D1000 Varejo Farma, totalizando 73% dos pontos de venda. 

O projeto abrangerá todas as 72 unidades da rede Drogaria Rosário (região atendida pela CEB, em Planaltina, DF), 34 das Drogarias Tamoio (região atendida pela Enel RJ, em Itaperuna) e 41 da Drogasmil (atendida pela Light, utilizando a usina em Seropédica, RJ).

“Com a gestão eficiente de energia limpa, evitaremos a emissão de mais de 600 toneladas de CO2 no meio ambiente, minimizando assim, o impacto em nossas operações”, disse Deborah Birmarcker, presidente do Instituto Profarma de Responsabilidade Social.

“A Profarma sempre foi uma companhia com forte compromisso e atuação em iniciativas sociais, e agora nós estamos dando mais um passo importante na adoção de estratégias para o uso de renováveis, seguindo em direção a uma gestão sustentável, tanto do ponto de vista financeiro como do meio ambiente”, completou. 

A fazenda solar de Itaperuna já está conectada junto à distribuidora, e a expectativa, segundo  Roberto Zerkowski, diretor-presidente da GreenYellow, é que até o final do primeiro semestre todas as plantas já estejam conectadas.

“É muito importante para nós apoiarmos grandes grupos em sua transição energética, sem esquecer dos benefícios financeiros que as iniciativas podem trazer”, acrescentou Zerkowski.